Você lerá a seguir trechos de dois capítulos do livro Viagem ao centro da Terra
de Júlio Verne.
Leitura
e Análise Textual – Fragmentos de Júlio Verne
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O professor e seu sobrinho Axel partem , então, da Alemanha rumo à Islândia. Lá
se juntam a Hans, um guia islandês e, em 23 de junho de 1863, iniciam uma
expedição no interior do vulcão.
• Como você imagina que seria uma viagem ao
centro da Terra?
• O que o título abaixo sugere que vai acontecer
nessa história?
Desespero e Escuridão
[...]
Tudo corria bem, até que algo muito grave aconteceu comigo. Foi assim: no dia 7
de agosto, atingimos um trecho do túnel que era pouco mais inclinado. Eu ia na
frente, seguido por meu tio. De repente, ao me virar, estava sozinho. Talvez
tivesse andado muito depressa e resolvi voltar para alcançar meus companheiros.
Andei durante quinze minutos e não os encontrei. Chamei por eles e não obtive
resposta. Andei mais meia hora. Um silêncio medonho reinava nagaleria.
Lembrei-me do riacho. Bastaria voltar acompanhando seu curso, e certamente
encontraria a pista dos meus companheiros. Abaixei-me para tocar a água e
descobri que estava tudo seco. O córrego havia sumido.
Entrei em desespero. Morreria de sede e fome! O córrego devia ter seguido outro
caminho. Não havia uma única pista para poder voltar. Eu estava perdido nas
entranhas da terra.
Tentei pensar em outras coisas, como a nossa casa em Hamburgo, minha querida
Grauben, meu tio, que a essa altura devia estar desesperado à minha procura.
Rezei para encontrar uma saída.
Eu ainda tinha alimento e água para três dias. Precisava fazer alguma coisa,
mas não sabia se devia subir ou descer. Resolvi subir. Precisava encontrar o
córrego.
Subi, mas não reconheci o caminho. Tive certeza de que aquela galeria não me
levaria a lugar nenhum. Desesperado, sem enxergar direito e muito nervoso, bati
contra uma parede e caí.
Algum tempo depois, acordei perdido num labirinto de curvas. Minha lanterna
estava amassada, com a luz fraca. A qualquer momento, poderia se apagar. Meu
desespero aumentou. Comecei a correr naquele labirinto sem saída,
chamando, gritando, uivando, batendo contra as rochas. Depois de algumas horas,
caí novamente e perdi a consciência.
Quando recobrei os sentidos, percebi que estava machucado. Nunca senti uma
solidão tão grande em toda a minha vida. Ia desmaiar novamente, quando ouvi um
ruído forte em algum lugar daquele abismo. Talvez fosse a explosão de algum gás
ou uma pedra caindo. Depois o silêncio voltou a reinar.
Encostei o ouvido na muralha e escutei palavras incompreensíveis ao longe.
Seria uma alucinação? Prestei atenção e ouvi novamente um murmúrio. Eram vozes
humanas!
Só podem ser meu tio e Hans. Se eu os ouvia, certamente eles me ouviriam
também.
— Aqui! Aqui! — gritei com todas as minhas forças.
Não obtive resposta. Encostei meu ouvido na pedra de novo e, dessa vez ouvi meu
nome bem claro! Era meu tio quem o pronunciava. Eu não tinha tempo a perder. Se
eles se afastassem, talvez não me ouvissem mais. Cheguei bem perto da muralha e
gritei da forma mais clara possível:
— Tio Lidenbrock!
Passaram-se alguns segundos, que pareciam séculos, e então ouvi:
— Axel, Axel! É você?
— Sim, sou eu — respondi.
— Onde você está?
— Perdido, na mais completa escuridão! Minha lanterna quebrou e o córrego
desapareceu.
— Tenha coragem! Não se desespere, Axel!
Calculando o tempo que o som levava para ser ouvido, descobrimos a distância
que nos separava. Segundo o meu tio, que estava numa enorme caverna, da qual
partiam diversas galerias , eu deveria descer para encontrá-los.
— Ande, se for preciso arraste-se, escorregue pelas rampas e você vai nos
encontrar no fim do caminho. Venha, meu filho, venha!
Essas palavras me reanimaram. Parti ao encontro deles cheio de esperança.
Minhas forças estavam no fim. Eu só conseguia me arrastar. A galeria inclinada
me conduziu a uma velocidade assustadora. Escorreguei pelas pedras, em poder me
segurar em parte alguma , até bater a cabeça em uma rocha e perder os sentido
mais uma vez.
A recuperação de Axel
Quando
abri os olhos, meu tio estava cuidando de mim. Ao perceber que eu tinha
acordado, soltou um grito de alegria:
— Ele está vivo! Está vivo!
—Estou...
Hans veio me cumprimentar.
— Tio, que horas são, que dia é hoje, onde estamos?
— Hoje é domingo, 9 de agosto, e são onze horas da noite. Agora, chega de
perguntas. Você está muito fraco.
Meu tio tinha razão. Eu mal conseguia ficar com os olhos abertos. Precisava
descansar.
[...]
Júlio
Verne. Viagem ao centro da Terra. São Paulo: Scipione, 2004. P29-32
Linha e Entrelinha
1. No primeiro
capítulo dos livro Viagem ao centro da Terra, Axel, chamado ao escritório do
professor Lindenbrock, presencia o momento em ele encontra um pergaminho
revelador. Veja como foi.
O pergaminho misterioso
[...] Ao entrar em seu escritório, encontrei-o mergulhado na poltrona de
veludo, admirando um livro. [...]
—Que livro! Que livro! — gritava [...]
Enquanto o professor falava, empolgado, um papel escorregou do livro e caiu no
chão
—
O que é isso?! — surpreendeu-se ele.
Era um pergaminho antigo. Observando o documento com interesse, o professor
comentou:
— Está escrito em islandês antigo! Quem será que o escreveu? O que pode
significa?
Júlio
Verne. Viagem ao centro da Terra. São Paulo: Scipione, 2004. p. 4-5.
a. O que é um pergaminho? De que é feito? Se
necessário consulte um dicionário para responder.
b. Atualmente as pessoas escrevem em pergaminhos?
Por quê?
2. Uma das personagens do livro é também o narrador
da história.
a. Que personagem do texto narra a história?
b. Transcreva a frase do primeiro parágrafo na qual
se descobre quem é o narrador.
3. O início da exploração acontece na cratera de um
vulcão extinto.
a. O que significa dizer que um vulcão está
extinto?
b. Você teria coragem de entrar na cratera de um
vulcão extinto? Comente.
4. Em relação ao tempo , responda.
a. Em que dia o professor Lidenbrock, Axel e Hans
entraram na cratera do vulcão, na Islândia?
b. Em que Axel se perdeu?
c. Há quanto tempo os três estavam no interior dói
vulcão? Copie a resposta no caderno.
. 1 mês e meio
. menos de 1 mês . mais
de dois meses
5. Axel desmaiou três vezes. O que o fez desmaiar
em cada uma das vezes?
6. Por que o desespero de Axel aumentou ao ver que
a lanterna estava danificada?
7. O professor Lidenbrock anotava em um diário tudo
o que acontecia na viagem.
a. O que você imagina que ele anotou a respeito do
desaparecimento de Axel nos dias 7 e 8 de agosto? Faça as anotações no caderno
como se fosse o professor Lidenbrock.
b. Se Axel tivesse um diário, o que ele teria
escrito nesses dois dias? Faça as anotações no caderno como se fosse Axel.
8. Por que o professor Lidenbrock solicitou a Axel
que descesse a rampa em vez de ir ao local em que o sobrinho estava?
9. Por que o título do primeiro capítulo é
“Desepero e escuridão”?
10. Se você fosse dar um título geral para essa
história, referente aos dois capítulos, que título daria? Justifique.
11. O professor Lidenbrock e Hans foram
solidários e procuraram por Axel até localizá-lo. Você já foi solidário
com alguém? Em que situação?
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